O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou nessa sexta-feira (12) que o governo já chegou ao limite nas concessões para aprovação da reforma da Previdência. Em entrevista após reunião de balanço de um ano do governo Michel Temer, no Palácio do Planalto, ele afirmou que o Executivo espera que a proposta seja votada no Congresso até o fim deste semestre. Cálculos do próprio governo indicam que a versão atual da proposta já significa uma perda de 25% da economia que seria alcançada com o texto enviado pela União ao Legislativo no fim do ano passado.

“Já chegamos no ponto em que governo federal tinha estabelecido como limite: 75% do que foi mandado para Congresso Nacional. E já chegamos aos 75%. Portanto, da parte do governo, não há disposição para fazer nenhuma outra concessão”, declarou Padilha.

Ele afirmou que o governo está “avançando muito bem” nos temas em que já fez algum tipo de concessão e que as contas para alcançar os 308 votos mínimos necessários para aprovar a reforma no plenário da Câmara “estão bem”. “Os números são bons. Continuamos trabalhando, conscientizando que a reforma é fundamental. E a reforma da previdência é a pedra de toque para o Brasil nos próximos anos. Ou fazemos a reforma da Previdência, ou vamos ter de volta a inflação, o juro alto, mais desemprego ainda”, disse o ministro.

Questionado se o governo cogita aumentar impostos, caso a proposta não seja aprovada, respondeu: “O governo não pensa em aumentar impostos”.

Já o ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, disse que o ambiente é “favorável” para a aprovação da reforma da Previdência no Congresso Nacional. “Tudo o que foi apresentado pelo governo até agora foi aprovado, e isso nos dá certeza e confiança muito grande de que a modernização do sistema previdenciário será aprovada”, comentou, pouco depois da cerimônia que marcou o primeiro ano do governo Temer.

Imbassahy afirmou que o Palácio do Planalto vai trabalhar para tornar a versão do projeto de reforma da Previdência aprovada pela comissão da Câmara mais conhecida. “É um outro projeto. Há um ambiente muito favorável na Câmara e no próprio Senado depois que foi aprovado o novo texto”, acrescentou. O ministro não quis dar prazo para a votação da reforma. “Nosso desejo e a necessidade para o país é que se faça o mais breve possível”, completou Antônio Imbassahy.

O líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), afirmou que espera a aprovação da reforma da Previdência “muito antes do São João”. O comentário é uma referência ao Dia de São João, comemorado em 24 de junho. “Tenho a convicção de que estamos muito próximos de votar a reforma da Previdência na Câmara. Estamos avançando”, afirmou Ribeiro.